Em Bu$ca do Primeiro Milhão

Pode ser simples aqui no Brasil escolher uma corretora (pois todas tem controle governamental, possuem reservas de garantias que garantem suas operações e por fim, mas não menos importante, nenhuma influencia nos dados transmitidos para o cliente, tendo este os valores imediatos em tempo real do mercado). Devido a isso, aqui escolhemos a corretora avaliando apenas o custo operacional , a qualidade do conteúdo informativo (e suporte a decisão em muitos casos), etc. Para as corretoras daqui, a vitória do cliente é a vitória da corretora, pois conquistará mais clientes.

No mercado Forex, porém, o raciocínio é diferente.

As principais diferenças são:

• Não existe um órgão central para coordenar e fiscalizar as corretoras. Isso depende do país em que ela se encontra e as suas respectivas leis;
• As garantias de operação são governadas pelas leis que a corretora está submetida. Se está nos EUA, existem procedimentos que elas terão que atender para poder operar e garantir suas operações, que por sua vez é diferente dos procedimentos e exigências se elas estiverem em um país Europeu (que possuem regras também distintas entre eles) ou em outro lugar do mundo.
• Elas podem (e a maioria irá) influenciar nos valores apresentados para o cliente, não podendo este, neste caso, negociar diretamente ativos pelo valor real do mercado (veremos mais abaixo por que isso ocorre).
• Essas diferenças impactam sobre o raciocínio que determinará qual corretora é a mais adequada.
• Observem que coloco o termo “mais adequada” e não a “melhor”, pois existe um problema de adequação ao cliente, seja pelas características operacionais, seja pelo valores mínimos envolvidos, além dos valores transacionados.

Vamos analisar os tipos de corretoras observando os seguintes atributos:

Tipo de Corretora: aqui no Brasil, todas as corretoras são instituições financeiras conectadas diretamente à Bovespa, tendo a CVM como garantidora das operações e a CBLC como instituição de custódia dos ativos. No universo Forex a corretora poderá estar diretamente conectada ao mercado ou poderá estar ligada a outra corretora (podendo esta estar conectada diretamente ou não ao mercado). Com isso podemos determinar diversos tipos de corretoras, dependendo de seu modelo operacional de corretagem no mercado Forex;

Plataforma de negociação: diferente do Brasil, que normalmente só existe uma plataforma Web e, em poucos casos, uma plataforma desktop limitada, as corretoras Forex ainda dispõem de plataforma desktop com suporte a negociação automática, interface API para negociação sem software (usando protocolo proprietário e protocolo padronizado);

Tamanho mínimo de negociação: Muitas corretoras exigem um montante mínimo para operar no mercado Forex. Certamente você não irá operar comprando/vendendo apenas $1. O lote de moeda, que determina o montante mínimo de operação é denominado LOT (normalmente 100.000 unidades monetárias). Algumas operadores permitem o fracionamento do LOT (mini-LOT) para viabilizar negociações menores. Observem que para operações que possuem custos sobre o montante operado (a maioria), esse custo é determinado no mínimo pelo custo da compra/venda de uma unidade de LOT/mini-LOT.

Mínimo para abertura de conta: Existindo corretoras que admitem desde $1, assim como outras que só abrem com no mínimo $50.000,00 (é importante destacar que o mercado Forex por si possui regras mínimas para operação, que é de pelo menos $1.000,00 para comprar o lote mínimo de moedas. Menos que isso a corretora é obrigada a agregar as operações de seus clientes para depois efetivar a negociação no mercado);

Conta Mini: por consequência de muitas contas “standard” exigir um montante de abertura acima que um dado cliente poderia investir, algumas corretoras disponibillizam um tipo de conta que popularmente é conhecida como “Conta Mini”, com menor exigência de valores para abertura, mas frequentementes com menor recurso ou com custos operacionais maiores que uma conta “standard”.

Custos mensais de manutenção: lembra o conceito de tarifa de manutenção de conta aqui no Brasil. A maioria não cobram nada por isso.

Vantagens fiscais: Muitas corretoras estão em paraísos fiscais, o que elimina os já conhecidos custos com impostos sobre operação sobre mercado financeiro que existem aqui no Brasil (sinceramente sempre achei mais justo que só fosse cobrado imposto quando o cliente sacasse da corretora o que ganhou, pois enquanto na corretora ele ainda não gozou do benefício do lucro do mesmo)

Credibilidade: Aqui encontraremos o maior de todos os abacaxis. No universo Forex é muito difícil qualificar/quantificar a credibilidade de uma corretora, mas existem alguns instrumentos que podemos adotar para encontrar um nível de qualificação confiável (ou bem próximo disso). Existem diversos fóruns, sites e instituições governamentais e não-governamentais que classificam a credibilidade das corretoras. Tentarei citar as principais fontes no decorrer deste artigo.

Conta Demo: Através deste tipo de conta o cliente pode simular negociações, podendo através deste instrumento exercitar estratégias usando dados reais ou evoluindo seus sistemas de negociação automática (popularmente denominado de EA – Expert Advisor). Um ponto a destacar é que a credibilidade da relação entre o comportamento do mercado exposto em uma conta demo e o que realmente terá em uma conta real é material de muito debate, com muitas denúncias de fraudes (o cliente em conta demo pode não estar operando como ele estaria se estivesse numa conta real, dependendo da corretora).

Tipo de transferência de valores: Aqui temos a definição de como o dinheiro que está em nosso bolso pode chegar a corretora e como ele poderá voltar. Dependendo das regras governamentais que a corretora está submetida, os meios de depósito e saque pode variar. Muitos países possuem leis contra o problema de “lavagem de dinheiro” e outros podem restringir o método de transferência. Em artigo futuro falarei sobre os pormenores que envolvem a transferência de valores para/do exterior (incluindo o meu próprio caso, por exemplo).

Auditoria e Regulamentação: Esse ponto pode ser definido como um sub-grupo do atributo “Credibilidade”, mas acho interessante destacar especificamente em atributo distinto as instituições e normas que regem uma dada corretora.

Alavancagem: Esse ponto é o que mais interessa os sedentos por lucros (e prejuízos) fáceis. A alavancagem determina o quanto será necessário para operar um contrato. Aqui no Brasil, a Bovespa só permite alavancagem 1:1 para ações (ou seja, sem alavancagem), que significa que para cada compra de $5.000,00 de ativos você gastará $5.000,00. No mercado Forex a alavancagem permitida pode ir até 1:200, ou seja, nesse caso, para negociar um ativo que vale $1.000.000,00 você só precisa dos mesmo $5.000,00 (1/200 do valor). Tem corretoras que possuem regras próprias de limitação de alavancagem e proteção de risco.

Spread: Esse termo foi (e ainda é um pouco) para mim meio místico quando comecei a estudar como operar no mercado Forex. O Spread é a diferença entre o valor de compra e de venda de um dado ativo. A diferença aqui para o mercado Forex é que muitas corretoras operam contra o cliente (ou seja, se o cliente estiver na ponta compradora, a corretora estará na ponta vendedora). Para garantir o lucro da corretora, você paga a diferença do spread da negociação, antes de poder efetivamente ter lucro (é como se fosse um valor de corretagem). Como o spread varia, é importante não operar sem saber qual é o spread do momento, senão poderá surgir situações onde tinha tudo para gerar lucro, mas acabou no prejuízo. A unidade de spread apresentada pelo mercado (assim como a unidade global de cálculo no mercado Forex) é denominado PIP.

 

De todas as corretoras que eu já operei, a mais séria e que eu mais gosto é a AVA FX